Partindo para mais uma dica literária cafeinada, hoje vamos falar de um clássico da literatura brasileira e que, assim como Dom Casmurro – que já foi comentado aqui no blog – também é pré-requisito para muitas provas de vestibulares pelo país afora.

O livro de hoje é ‘São Bernardo’, de Graciliano Ramos. O nome do livro é o mesmo nome da fazenda localizada no interior de Alagoas, na qual vive Paulo Honório, o protagonista da história.

Em busca de sua ascensão social, o personagem passa a perder, aos poucos, o seu caráter afetivo e a tratar as outras pessoas como simples objetos e serviçais. Ao longo da narrativa ele conhece Madalena, uma mulher sensível e carinhosa, e passa a viver as voltas com o sentimento que sente por ela – já que ele acaba se casando e se apaixonando – e sua personalidade de homem durão e que não expressa sentimentos.

Em uma das passagens do livro, Graciliano Ramos fala do cafezinho e mostra Paulo Honório, que é narrador-personagem, apreciando a bebida.

“Aqui sentado à mesa da sala de jantar, fumando cachimbo e bebendo café, suspendo às vezes o trabalho moroso, olho a folhagem das laranjeiras que a noite enegrece, digo a mim mesmo que esta pena é um objeto pesado. Não estou acostumado a pensar. Levanto-me, chego à janela que deita para a horta. Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa. – Não.”

Vale a pena conferir também um trecho da versão filmada para o cinema em 1972, dirigida por Leon Hirszman com a participação de Mario Lago e Othon Bastos: