Café com literatura – IV
Hoje é dia de mais literatura com café! E a dica desta sexta-feira é de um autor português, vencedor do Nobel, que escreveu obras conhecidas pelo mundo inteiro: José Saramago.
Em ‘O Ensaio Sobre a Cegueira’, livro que iremos tratar aqui hoje, Saramago fala sobre um surto de ‘cegueira branca’ que acometeu os habitantes de uma cidade, gerando o caos. Como apenas uma pessoa conseguia enxergar – a mulher do médico – ela guiava um grupo de cegos, incluindo o seu marido, primeiramente pelo local onde foram internados de quarentena os primeiros que cegaram (uma espécie de enfermaria) e depois pelas ruas da cidade em busca de comida e local para dormir.
O autor, como sempre, destila a sua crítica social e, ao longo de toda a narrativa, discorre sobre a sensibilidade do ser humano em enxergar ou não o outro.
Em uma das passagens, Saramago também fala sobre o bom e velho cafezinho em uma cena de café da manhã entre o oftalmologista e sua mulher:
“Ainda era cedo quando o médico acabou de tomar, imaginemos com que gosto, a chávena de café e a torrada que a mulher teimou em preparar-lhe, cedo de mais para encontrar já nos seus lugares de trabalho as pessoas a quem deveria informar. A lógica e a eficácia mandavam que a sua participação do que estava a acontecer fosse feita diretamente o mais depressa possível a um alto cargo responsável do ministério da Saúde, mas não tardou a mudar de ideias quando percebeu que apresentar-se apenas como um médico que tinha uma informação importante e urgente a comunicar não era suficiente para convencer o funcionário médio com quem.”
Como os exemplos anteriores, o cinema também tem uma versão para esta história, dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles, que conta com a atuação de Juliane Moore e Mark Ruffalo. Depois de ler o livro, vale a pena conferir o material produzido para as telonas.
Vocês tem alguma sugestão de livro que citam o café? Contem pra gente! 😉
Semana que vem voltamos com mais dicas!
Café Meridiano, um jeito café de ler e acompanhar histórias.