Dia Nacional da Poesia
No Dia Nacional da Poesia, resolvemos celebrar a data com ninguém menos que Carlos Drummond de Andrade e algumas memórias de infância.
Pegue uma xícara de café, leia, ouça e se envolva em bons pensamentos. 😉
Infância (Carlos Drummond de Andrade)
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
– Psiu… Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro… que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
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Café Meridiano, um jeito café de celebrar a poesia.
[…] Carlos Drummond de Andrade nasceu na cidade de Itabira, Minas Gerais, em 31 de outubro de 1902, e completaria hoje 110 anos. […]